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domingo, 14 de abril de 2013

Voo

      
 *Ouça When I was your man, Bruno Mars   

          Foi você que me fez voar pela primeira vez. Levantar voo mesmo sem saber como seria o pouso. Perdi a altitude algumas vezes, enjoei, tive vontade de voltar pro chão mas você sempre me manteve presa a você e ao seu jeito imaturo de levar a vida. E ao invés de pousar, caí. Não sei quanto tempo durou a minha queda, nem a quantos metros eu estava do chão. Foi você que desligou o meu motor?
          Quando cheguei ao chão pude então ver que seu motor já não funcionava, só restava o meu para nos segurar lá no alto. Você desligou o nosso motor. São metáforas demais pra você entender, meu querido? Você provocou a nossa queda pra me provar que aguentaria cair, não foi? E você aguentou. Desde o nosso fim ainda não te vi chorar, sangrar ou reclamar que algum osso seu está fora do lugar. Mas eu não resisti a queda. Talvez por que minha cabeça voava mais alto que meu corpo, e o meu emocional voava ainda mais alto, enquanto meu racional ficou jogado em algum canto do meu quarto. Os meus sonhos, que sempre te incluíam, voavam junto ao céu. E eu não consegui enxergar que a nossa queda era iminente.
          Mas, droga!, me recupero pensando se vamos voar outra vez. Por que se houve alguém no mundo pra me fazer ser melhor, então esse alguém foi você. Com tantas falhas e interrupções, você foi o único que alcançou o lugar dentro de mim que guarda meus segredos, e medos... e o amor. E você é errado, é torto e é um babaca na maioria das vezes. E eu te disse isso terça passada, não foi? Mas eu o amo. Você me pergunta se pode me levantar outra vez. Abaixo os olhos, e algumas lágrimas escorrem. Não há mais tempo pra voar. Não há mais tempo pra nós dois. Você sabia disso.

Você não me ama

          Caí no sono durante o filme que passou ontem depois da novela, aquele que a gente assistiu umas três ou quatro vezes no começo do namoro. Acho eu que foi o jeito de Deus me livrar de mais um turbilhão de lembranças suas. Dormi com aquela camisola antiga minha, que me cobre quase até os pés. Dormi um sono tão profundo que só acordei hoje às 8h. Nenhuma interrupção no meu sonho. Mas o pior acontecia dentro da minha cabeça. Sonhei com você. Quando acordei senti um peso no coração. Como se houvesse alguma força externa espremendo meu peito. Deve ter sido a saudade. Ou foi só a constatação que acabou. Não sei mais o que te dizer, desde que terminamos não escrevi nada pra você. Só fiquei imaginando quando voltaria. E o que te falaria até você me tomar em seus braços e me dar um daqueles abraços que me dão paz. Só queria um abraço seu esta noite.
          Eu quero que você volte. Mas você não pode voltar. Por que você não me ama.