Vi hoje, do alto da janela do quarto de Nina, uma rua cheia de desconhecidos. Cruzavam-se e não se encaravam. Nem olhavam nos olhos. Pisavam um no pé do outro e fingiam que nada tinha acontecido. Não se desculpavam, como quem dissesse: "Quem mandou deixar o pé na minha frente, Zé?" Me senti uma deles. Longe dali, sob um guarda-chuva marrom, eu também cruzaria a faixa de pedestres sem olhar fixo pra ninguém. Pensando por que diabos tinha que chover logo hoje, dia de visitar o túmulo dele. De coração apertado eu pensei em nossa morte. Tão alvos eram nossos planos e vejamos só, se transformaram no maior dos filmes de terror. E hoje, em versos brandos, escrevo-te. Amargando as palavras de despedida e chorando sobre os restos mortais de uma rosa vermelha que um dia me destes. Comparei-me a ela. Já sem vida, eu jazia em um canto qualquer. Sem você, e sem vida.
(Laisse Ribeiro)
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Flores regadas à dor.
Tão opostos somos. Dois rios inteiros. E todos os leitos voltam-se pra extremidades diferentes. E nos perdemos. Contetamo-nos em ver passáros bonitos esvoaçarem suas delicadas penas no céu. Descuidamos que fomos, esquemos que flores que não são regadas morrem. Morremos. Lado a lado. E nenhum beija-flor quis mais pousar em minhas pétalas. Já murchas, sem alimento, sem vida.
(Laisse Ribeiro)
(Laisse Ribeiro)
domingo, 20 de novembro de 2011
Eu me afoguei. Tua ausência me inundou por inteiro. Nada mais fazia sentido. Nem tinha cor. Tive inveja dos que entornam alguns copos e esquecem da dor. Nem isso eu era capaz. Olhei-me no espelho e suspirei. Não me reconheci. Chorei. Talvez por ser fraca, talvez por não saber mais suportar tanta dor calada. Você sumiu. Mas o amor ficou. Fincado. Com farpas. Machucou-me; queimou-me por dentro. Você foi uma serpente. Inoculou-me todo o veneno e me deixou sangrando. Onde estás agora, garoto? Quem sabe numa alameda bonita enquanto acostumo-me com tuas agudas palavras de despedida. Deus, eu posso me despedir também?
Laisse Ribeiro
Laisse Ribeiro
Guilherme.
Sinto sua falta, todo santo dia, Guilherme. E dói! A respiração falha de vez em quando. Parece que o coração não bate. E dói! Senti as feridas se abrindo em mim, no seio da alma. E chorei. E elas não fecham Guilherme, não fecham. Não saram. Amargam. Maltratam. Tenho tanto pra te dizer, pra saber de ti. Ouvir da tua boca, amado meu. Sombra alguma deveria existir em nosso meio. Mas agora existe um abismo. Fundo e escuro. Donde eu cai da beira. Eu afundei, Guilherme, enquanto tua feição sumia de minhas vistas.
Onde está nosso castelo, Guilherme? E as muralhas que lhe cercavam? Parece que todas elas desabaram sobre mim. O meu rosto agora é sem forma. Os lábios que antes beijavam os teus não tem mais riso. Olhos que admiravam traços teus já são mortos e fundos. Fundos por que um poço de lágrimas foi ali cavado. E transborda, transborda, como eu Guilherme. Carrego apenas uma mala vazia de coisas nossas. E chove tanto agora Guilherme. Não cai nenhum pinguinho do céu, mas eu desmancho. Adormeci Guilherme, esperando que tu voltasse. E não voltou. E não quis acordar. Não acordei. Eu te amo Guilherme, por toda a nossa eternidade.
(Laisse Ribeiro)
Onde está nosso castelo, Guilherme? E as muralhas que lhe cercavam? Parece que todas elas desabaram sobre mim. O meu rosto agora é sem forma. Os lábios que antes beijavam os teus não tem mais riso. Olhos que admiravam traços teus já são mortos e fundos. Fundos por que um poço de lágrimas foi ali cavado. E transborda, transborda, como eu Guilherme. Carrego apenas uma mala vazia de coisas nossas. E chove tanto agora Guilherme. Não cai nenhum pinguinho do céu, mas eu desmancho. Adormeci Guilherme, esperando que tu voltasse. E não voltou. E não quis acordar. Não acordei. Eu te amo Guilherme, por toda a nossa eternidade.
(Laisse Ribeiro)
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
domingo, 18 de setembro de 2011
Carta encontrada dentro do livro preferido dele.
“Pode procurar querido, em outros corpos tudo que havia em mim e tu
não vistes. Pode buscar em outros lábios o gosto doce que só os meus
tinham e tu recusastes os meus beijos. Estranho amor, você querer-me
agora e só encontrar o vazio, não é? Mas pode procurar alguém que te
ligue só pra lhe alegrar, ou às três da manhã só pra desejar-te boa
noite. Ou alguém que abrigue dentro de si, aquele amor que provocava
devaneios e fazia-se presente a cada batida descompassada de um coração.
Foi tolisse amar-te, eu sei. Você pode beijar todas as bocas vermelhas espalhadas por onde andares, mas nenhuma delas irá tocar-te com a doçura e o amor que a minha iria.
Pode sentir todos os perfumes embriagantes do universo, nenhum deles
irá ficar em teus lençóis por mais que uma noite. Enquanto o meu ficaria por anos e anos,
amor. Você pode ainda, entornar todos os copos e ir pra casa com alguma
vad.. mulher qualquer, ela não vai cuidar de ti e vai embora antes do
meio da noite, enquanto eu não te deixaria em nenhum hipótese. Não
querido, você nunca encontrará alguém como eu, boba o suficiente pra
amar-te desmedidamente como eu amei - ou amo, isso não importa mais.” {Laisse Ribeiro}
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