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domingo, 20 de novembro de 2011

Eu me afoguei. Tua ausência me inundou por inteiro. Nada mais fazia sentido. Nem tinha cor. Tive inveja dos que entornam alguns copos e esquecem da dor. Nem isso eu era capaz. Olhei-me no espelho e suspirei. Não me reconheci. Chorei. Talvez por ser fraca, talvez por não saber mais suportar tanta dor calada. Você sumiu. Mas o amor ficou. Fincado. Com farpas. Machucou-me; queimou-me por dentro. Você foi uma serpente. Inoculou-me todo o veneno e me deixou sangrando. Onde estás agora, garoto? Quem sabe numa alameda bonita enquanto acostumo-me com tuas agudas palavras de despedida. Deus, eu posso me despedir também?

Laisse Ribeiro

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