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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Se enamora

          *Ouça Se Enamora, Tiê
          De repente, ouço um estalo no meu peito e parece que as coisas finalmente fazem sentido. A cabeça embaralha algumas cenas mas é nítido: em todas elas aparece um pouco de você. Uma música se pareceu com a gente, ouvi tantas vezes que decorei de primeira. Ela me doeu, como tudo em relação a você me dói. Ela é nós dois, mas nós dois não existe. Ela é a imagem bonita que eu tenho de você. O teu sorriso me desconcerta, me deixa boba e me faz rir. O teu olhar me desmonta em várias e o peito ganha vida, mas não existe nada aqui. Não sei escrever poesia, e você me desenha tão bem...
          Qualquer coisa em você me pertence. Teu abraço, teu olhar, teu cheiro bom. O teu elogio me faz ganhar o dia, mas ainda assim, não existe nada aqui. Uma vez você me disse que o grande amor da sua vida era a sua mãe, e ela era a única mulher que você amava de verdade. A segunda vez que você me disse isso, havia uma personagem diferente na história. Te abraço mais uma vez e me despeço, eu te amo, e estou te esperando na nossa classe, meu bem...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A gente se cabe

          Você faz saudade. E a saudade só é bonita na poesia, em mim dói. Saudade, de te pegar no colo e te mimar um tiquinho. De beijar teus cabelos que cheiram ao xampu da monange. Saudade de ficar calada observando você cochilar do meu lado na cama. Saudade do cinema às 18h, do bolo que não cresceu, de você. Saudade de caber nos teus sorrisos, te entrar e penetrar no teu íntimo. E até de enxugar uma lágrima ou outra que escorria quando eu te dizia alguma coisa dura demais. Saudade.
          Você cabe em mim da maneira que ninguém mais coube. Você me faz sentir aquelas coisas que tanta gente diz. Borboletas no estômago. E se não for isso, podem ser passarinhos. Ou qualquer coisa que voe feliz e livre. E se isso não passar de coisa psicológica, tudo bem. É bom sentir. É bom sorrir quando vejo um torpedo seu dizendo que está na porta da minha casa. É ainda melhor quando alguém me diz: "o amor te chama" e você tá na porta da faculdade me esperando.
          Dia desses você me disse: "amor, eu vou casar contigo, pode apostar". Não sei (realmente) se algum dia ouvi alguma coisa que tenha despertado em mim tamanha felicidade. E já nem sei se "felicidade" define o que eu senti e venho sentindo esses (nossos) meses. Senti um arrepio na espinha, meu coração deve ter parado por uns segundos. Me senti feliz. Sorri e te beijei, sem fôlego, por que ficar feliz é de tirar o fôlego. Eu caibo em você, e nada poderia me ser mais feliz que isso.
          A gente se cabe, se enxerga e se ama. Fico sem fôlego outra vez. Amor, seu sorriso é lindo!

Reorganização?

Fico me perguntando quanto tempo isso vai existir. Talvez só mais uns dias, ou anos, ou vidas. Me pego, então, olhando pra dentro de mim, buscando em algum lugar um remédio pra curar o medo que apavora todos os dias. Reorganizar a minha vida sem você. Os planos, os detalhes de cada dia, até as roupas. Tudo, um dia, pode mudar. E pensar nisso me deixa sem fôlego. Não há, simplesmente, paz nisso. Me dói, como uma ferida exposta. Olho pra nós dois. Foi um começo tão turbulento, um meio tão cheio de pausas que eu paro e enxugo uma lágrima ou outra que escorrem. O fim, bem, eu não sei. Se tiver que existir que seja então de paz. E prefiro não pensar que o fim virá.