Escrever-te.
Devanear. Fugir. Recomeçar. E volto, com
as mesmas palavras clichês; com o mesmo peito transbordando amor.
Preciso do teu sorriso perto. Volto e peço que fique. Que deixe nossos
perfumes se misturarem. Peço que deite comigo em uma cama de lençóis
brancos - como sei que tu gostas - e me aqueça mesmo quando eu estiver
quente demais. Já lhe contei que as rosas são feias e murchas quando tu
não estás aqui? Contei-lhe que odeio fazer café por que sei que ele
sempre esfriará na xícara bege claro que tu me destes? Por que? Ah amor,
ainda que lhe despeje todo o açúcar do potinho, ele ainda estará amargo
demais. Teu rosto sereno é tão nítido em minha mente. O jeito que tu
entrelaçavas nossos dedos; minha mão sempre pequena demais perto da tua.
[…]Terminei de ler aquele nosso livro hoje; lembrei de quando tu me
contavas a história antes de dormirmos. Como se eu fosse uma pequenina
que ouvia histórias do pai pra poder pegar no sono. Senti náuseas por
lembrar o cheiro amadeirado que tua pele tem e o doce que teus lábios me
sopravam quando tu beijava a ponta do meu nariz. Vertigem. Por saber
que não poderia sentir estes cheiros - maravilhosos - de novo. É loucura
sonhar todas as noites - e dias - com o teu toque. Teus dedos
percorrendo as curvas do meu corpo. Especialmente o contorno do meus
lábios, me fazendo sorrir e rir. Nosso filme sempre passa na TV e eu me
obrigo a assisti-lo.
“Masoquista” você deve estar pensando. Talvez eu seja. A dor me faz sentir-te mais perto, pois foi a última lembrança que me deixastes.
A tua partida. A dor. {
Laisse Ribeiro}
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