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terça-feira, 27 de novembro de 2012

20h16

          Escutei umas músicas, vi um filme bobo na TV, andei pela praça, tentei tirar você da cabeça mas não deu. Por que você sabe, é claro, que eu não posso te esquecer assim. Tive mais uma recaída. Dormi bastante a noite (com exceção das três vezes que acordei e fiquei perambulando pela sala com cara de zumbi, e esquecendo o fato de ter ido dormir as três da manhã) e acordei com fome de você. Não resisti. Tive que fuçar as redes sociais, buscar por você em qualquer canto desse mundo, eu só queria alguma notícia sua.
          Vi nosso histórico de mensagens, o de ligações e ouvi, várias vezes, nossas mensagens de voz no Zello. Fome da tua presença. Não me desesperei ao perceber que você não tinha atualizado nenhum status. Você continua avesso a postagens no Facebook. Mas vi também que você visualizou a última mensagem que eu te mandei, mas não respondeu. Isso é uma droga mesmo. Fucei, fucei, fucei e acabei ficando triste com o que vi e li.
          Pra esquecer você eu vou ter que ocupar 24 horas do meu dia. Escrevi isso na porta da minha geladeira. Então eu coloquei umas roupas pra lavar, hidratei o cabelo, fiz as unhas, li um pouco, ouvi música, vi um filme na sessão da tarde, varri a casa, arrumei o quarto do meu irmão, separei umas roupas pra doação, lavei louça e tomei o banho mais demorado da minha vida. Mas você não saiu da minha pele, mesmo esfregando, esfregando e esfregando cada vez mais forte a esponja nos meus braços, nas pernas, na barriga... Você não desceu pelo ralo. Você continuou ali, continuou aqui, marcado em cada centímetro do meu corpo.
          Não adiantou eu ter feito tantas coisas. São 20h16 agora, o dia ainda não acabou mas você continua preso na minha cabeça. Mesmo tão longe, continua perturbando meus dias tão vazios e chatos de início de férias. Eu sempre acordo com a sensação de que há algo faltando em mim. Pego o celular e vejo se você voltou, se se arrependeu, se ainda me ama. Não voltou, não se arrependeu e não me ama. Então eu jogo tudo pro ar e me cubro da cabeça aos pés com o lençol, e choro baixinho, só pra ninguém ouvir (e saber) que você ainda me dói.

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